Jovens
conversam,
fumam um
cachimbo
à água,
partilhado,
tomam
água,
refrigerante,
às
margens
do
Mediterrâneo.
Em
Israel
são 22h.
Nosso
grupo de
filósofos
arruma
as
cadeiras
em
círculo,
beira-mar,
experimenta
uma
saborosa
cerveja
europeia,
conversa.
A noite
caminha
sem
pressa.
Temos
muitos
assuntos.
Acabamos
de
chegar
de
Jerusalém,
onde
ficamos
vários
dias.
Andamos
por
muitos
quilômetros
dentro e
nos
arredores
da
cidade.
Os
assuntos
fluem.
Durante
o sábado
tudo
para na
cidade:
ônibus,
serviços,
mercados,
parece
que
estamos
em um
feriadão.
Somente
famílias
de
judeus
ortodoxos
são
vistas
passeando
pelas
ruas
durante
a noite
de
sexta-feira
e pelo
sábado.
Sinagogas
cheias.
Durante
os dias
em
Jerusalém,
os
colegas
aprenderam
com os
hábitos
locais.
Para ir
a um
supermercado,
há
revista;
para
entrar
em um
shopping,
revista;
para
entrar
na
Universidade,
revista.
Quando
saímos
em
direção
aos
territórios
palestinos,
revista,
apresentação
de
passaporte.
Tudo
isso em
nome da
segurança,
item
número 1
em
Israel.
Mas
também
número 1
são a fé
e a vida
naquela
cidade.
Sagrada
para
muçulmanos,
judeus,
cristãos,
Jerusalém
respira
e exala
religiosidade.
Lojas,
livrarias,
pessoas,
modos de
ser,
tudo em
Jerusalém
aponta
para as
dimensões
da fé. O
olhar do
visitante,
para
qualquer
ponto
onde
recaia,
encontrará
ruínas,
templos,
sítios
religiosos.
Nosso
grupo de
filósofos,
em
viagem
de
estudos
por
Israel,
esteve
na parte
antiga
da
cidade,
muro das
lamentações,
e também
no Monte
das
Oliveiras,
percorreu
a via
dolorosa,
a Igreja
do Santo
Sepulcro.
A fé,
como a
estudamos
e
vivemos
em um
país
como o
Brasil,
possui
outros
aspectos,
muito
distintos
da fé em
um país
como
Israel.
Estar ao
lado de
oliveiras
com 2
mil anos
de
idade,
cuidadosamente
zeladas,
que
presenciaram
eventos
históricos;
caminhar
pelas
muralhas
da velha
cidade
de
Jerusalém;
conhecer
templos
e
fortificações
reconstruídos
por
povos há
centenas
de anos;
estes
elementos
trazem
uma
correspondência
que para
muitos
torna a
fé
palpável.
A
arqueologia
é
necessária
para
muitas
pessoas
poderem
exercitar
o que
lhes
parecia
fantasia
em um
chão
pragmático;
outros,
não
precisam
disso,
claro.
Presenciei
este
fenômeno
não
apenas
em
Jerusalém,
onde ele
é muito
forte.
Viajamos
por
1.500
quilômetros
em duas
semanas.
Passamos
pelo mar
Mediterrâneo,
o mar da
Galileia,
o mar
Morto e
o mar
Vermelho.
Estivemos
na
fronteira
com a
Síria,
país em
guerra
com
Israel,
e as
forças
da ONU
diante
de nós;
vagamos
por
vales,
colinas,
desertos.
Para
alguns
colegas,
a
impressão
é
inteiramente
maior e
mais
abrangente
ao estar
diante
das
minas do
rei
Salomão,
no
deserto
de Negev,
onde
estivemos,
com
aquele
ar seco
e
profundo
do
deserto,
o sol, o
movimento
das
areias,
do que
ler que
tais
minas
existiram. |